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Rita Cláudia Ribeiro Mendes Natálio

    • Possui graduação em Arts du Spéctacle Chorégraphique - Université Paris 8 - Vincennes-Saint-Denis (2008) e mestrado em Psicologia (Psicologia Clínica) no Núcleo de Estudos da Subjetividade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2015) e orientação do Prof.Peter Pál Pelbart. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Performance e Dança e sua atividade de pesquisa cruza o campo da Comunicação, da Estética e da Filosofia. Rita Natálio é artista, crítica e pesquisadora. A sua atividade principal tem-se centrado na área da dramaturgia, escrita e direção de projetos de dança e performance, acompanhamento crítico de projetos de outros artistas, publicação de textos envolvendo o campo das Artes e da Comunicação e ensino na área da Dança, Teoria da Dança e Dramaturgia. Foi professora no Programa de Estudos e Criação Coreográfica do Forúm Dança e Lisboa e ministrou várias oficinas e palestras na área. No seu trabalho autoral, cruza a pesquisa artística com estudos académicos na área da biopolítica, da comunicação e da filosofia. MUSEU ENCANTADOR é o seu projeto de criação mais relevante e recente, onde explora o âmbito da identidade luso-brasileira e da memória colonial como realidade psíquica e corporal. Como dramaturgista, Rita Natálio colaborou regularmente nos projetos dos coreógrafos portugueses da "Nova Dança Portuguesa" Vera Mantero e João Fiadeiro e também com outros artistas, entre eles Cláudia Dias, Guilherme Garrido, Pieter Ampe, António Pedro Lopes e Marianne Baillot. Trabalha regularmente desde 2011 como crítica de dança dentro da rede de dança contemporânea europeia DNA, anteriormente chamada DÉPARTS. Este projeto é financiado pelo Programa Cultura da União Europeia e reúne 13 grandes instituições da dança europeia: ALKANTARA (Portugal), CDC TOULOUSE (França), HAU (Alemanha), HELLENIC FESTIVAL (Grécia), NEW THEATER INSTITUTE OF LATVIA (Látvia), MDT (Suécia), PACT ZOLLVEREIN (Alemanha), PARTS (Bélgica), SPRING (Holanda), STATION (Sérvia), TRAFÒ (Hungria) ,VOORUIT (Bélgica), ZODIAK (Finlândia)

       

      Links:    

    • NATALIO, R . O humano que varia . Este corpo que me ocupa , Lisboa , . .
    • NATALIO, R . O que não se resume à face fria da 'massa' - sobre as recentes manifestações no Brasil . Jeux Sans Frontières #2 , , . .
    • NATALIO, R . sem título (ou considerações sobre a sagração da primavera). : , 2015 (Artigo)
    • NATALIO, R . Trem para alargamento do horizonte. : , 2014 (Crítica de Espetáculo)
    • NATALIO, R ; Marianne Baillot ; António Pedro Lopes . Outros portos. Porto : independente , 2012 (Licro)
    • NATALIO, R . Papagaios ao espelho (Le sacre du Printemps 2013). : Publicação independente/ livro de artista , 2013 (Artigo)
    • NATALIO, R . Atelier de dramaturgia e composição. 2012 (Conferência)
    • NATALIO, R . Masterclass com Rita Natalio. 2011 (Conferência)
    • NATALIO, R ; Tiago Rodrigues . Conversa com o diretor Tiago Rodrigues. 2010 Internet
    • Elisabete Finger ; NATALIO, R ; Paula Lice ; Dani Lima ; Luis Ferron ; Helder Vasconcelos . Discoreografia. 2015 Internet
    • NATALIO, R . Registos na 1.ª pessoa. 2009 Internet
    • NATALIO, R . Fila J. 2012 Rádio
    • NATALIO, R . Museu Encantador. 2014 (Funarte e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro)
  • Curso de curta duração ministrado: 2
    • NATALIO, R . Dramaturgia e composição. 2012 (Teatro Municipal São Luiz)
    • NATALIO, R . Atelier de Dramaturgia. 2012 (Galera Poço de Ideias)
    • Nome do projeto: Figuras de dessubjetivação (2012 - 2015
      Natureza: Pesquisa
      Integrantes: NATALIO, R , Peter Pál Pelbart , Mariana Marcassa , Rafael Adaime , José Rafael Melo Reis , Débora Cristina Lázaro dos Santos Almeida , Karina Acosta Camargo , João Perci Schiavon , Gabriela Serfaty .
      Descrição: Agamben chamou a atenção para uma aporia no pensamento do último Foucault. Por um lado, a análise das práticas de si na antiguidade configuram uma genealogia dos modos de subjetivação, com o tema maior do cuidado de si. Por outro, em suas entrevistas do mesmo período, mas não só, aparece com frequencia o tema do desprender-se de si, desertar-se, num desapego às identidades (sexuais, médicas, psicológicas etc). Essas duas vias distintas e aparentemente contraditórias se encontram, como se Foucault nos permitisse pensar, no limite, um cuidado de si coextensivo a um abandono de si , uma subjetivação coetânea a uma dessubjetivação. É tomado entre tais movimentos contrapostos, que tensionam de maneira inteiramente nova o campo das relações entre sujeito e poder, conclui o autor, que se poderia hoje pensar a resistência biopolítica, nessa zona cinza onde se é sujeito da própria dessubjetivação . Ora, seria preciso retomar, num estudo mais detido e recuado, essa problemática tal como Foucault a propôs inicialmente, antes da releitura agambeniana. Por um lado, sobretudo a partir de sua frequentação literária no início dos anos 60, com Bataille, Blanchot, o questionamento da autoria, da identidade, do sujeito e mais radicalmente, com Nietzsche, Klossowski, mas também com Heidegger e Lacan. Apareceria o lugar preponderante da literatura nesse momento, a ontologia da linguagem ulteriormente abandonada, o tema da morte do homem no interior da pesquisa arqueológica sempre, em todo caso, a recusa a uma filosofia do sujeito ou da consciência, dadas as distâncias em relação à fenomenologia ou a certa tradição marxista ou hegeliana. O último período da produção de Foucault, apesar da estranheza que provocou, não representa qualquer retorno ao sujeito, como vários intérpretes já o constataram, mas uma historicização mais radical de seu estatuto pretensamente universal ( il n´y a pas de sujet chez les Grecs ). O sujeito aparece como uma função resultante de um composto, de uma articulação singular entre a relação a si, a relação aos outros, o regime de veridicção, as relações de poder implicadas. Assim como não pôde ser pensado, na modernidade, dissociado dos modos de objetivação e de exclusão amplamente analisados por Foucault. Se Deleuze acompanha procedimentos de dessubjetivação, sem que ele assim os nomeasse, é porque para ele desde o início essa operação é predominantemente positiva, construtiva (é, de fato, a construção de um plano de imanência e de composição sobre o qual pululam subjetivações diversas, ou processos de subjetivação individuais ou coletivos, acontecimentos, devires, etc). Como se vê, certo construtivismo ontológico e o vitalismo particular do filósofo (a ser melhor definido) extrapolam a própria fronteira entre dessubjetivação e subjetivação, como se não se tratassem de movimentos propriamente contrapostos daí porque não há, no seu pensamento, nenhum pathos a respeito, assim como não o há em Espinosa ou Nietzsche, aliás. Não significa que não se possam encontrar passagens onde, precisamente, trata-se de fazer a gênese da subjetividade (como já no livro sobre Hume, ou nas primeiras páginas de Imagem-movimento, com Bergson do início de Matéria e Memória), mas a cláusula da imanência, no geral, impõe um procedimento outro, desde o início, permitindo inclusive que ao final, o si compreendido como autoafecção se supere em direção a um devir-imperceptível que é, em última instância, uma vida. Trata-se de uma inseparação entre vida e sujeito , já que desde o mais baixo grau da vida, ela já é pensável como contemplação viva , como potência impessoal , como passividade constituinte , e embora indissociável de um sujeito individuado, é sensibilidade vital primária, anorgânica como se Deleuze se inclinasse cada vez mais em direção às potências inumanas, concebidas como forças de resistência e reinvenção a(subjetiva)..