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Lucca Palmieri

    • Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Visual, Etnomusicologia, Netnografia e Antropologia do Ciberespaço

       

      Links:    

    • PALMIERI, L. . Como conduzir uma etnografia durante o isolamento - Prof. Daniel Miller, Univ. College of London.. : , 2020 (Tradução)
    • PALMIERI, L. ; HIKIJI, R. S. G. . Vaporwave, Ontologia do Assombro e Netnografia. 2021 (Seminário)
    • PALMIERI, L. . Vaporwave e a netnografia de gêneros musicais. 2020 (Comunicacao)
    • PALMIERI, L. . Vaporwave e a netnografia de gêneros musicais. 2021 (Comunicacao)
    • PALMIERI, L. . V A P O R : A PRODUÇÃO DE LOCALIDADE E AS DISPUTAS DE SENTIDO NO MOVIMENTO VAPORWAVE. 2020 (Simposio)
    • Nome do projeto: V A P O R : A PRODUÇÃO DE LOCALIDADE E AS DISPUTAS DE SENTIDO NO MOVIMENTO VAPORWAVE (2019 Atual)
      Natureza: Pesquisa
      Integrantes: PALMIERI, L. , HIKIJI, R. S. G. .
      Descrição: O objeto da pesquisa é o Vaporwave. Este surgiu como um microgênero da música eletrônica no começo da década de 2010, sendo criado a partir de comunidades online e fóruns, como o Reddit, 4chan, Tumblr e YouTube. A produção musical e artística Vaporwave inteira se construiu nestes espaços, sendo compartilhada em forma de vídeos ou álbuns, no Bandcamp, Soundcloud e no próprio Youtube. O nome Vaporwave deriva de duas noções: da expressão Vaporware, e alude à famosa passagem de Karl Marx no Manifesto Comunista "Tudo o que é sólido desmancha no ar", se referindo às constantes mudanças impostas pelo capitalismo. Ambas se relacionam no sentido de uma crítica social, propondo reflexões sobre tecnologia, consumo e o capitalismo tardio. Utilizando distorções exageradas, som grave e ritornelos repetitivos cria-se uma sensação de deslocamento da realidade. Somando esse conjunto de técnicas às referências musicais do som que é remixado -- que evocam de certa forma uma nostalgia de algo que foi e não foi, uma nostalgia dos sonhos que tivemos outrora, por assim dizer -- temos que o Vaporwave é algo que constantemente se atualiza, baseado sempre nessas noções de nostalgia e "desacoplamento" da realidade. A experiência da fruição desses objetos culturais é justamente vivenciar e transitar nestes espaços de rememoração, reverberação e plasticidade temporal. Dessa maneira, nesta pesquisa ativa-se o conceito de localidade, como proposto por Arjun Appadurai. Isto é, a noção de localidade é contemplada como estrutura de sentimentos, criada e reproduzida por um grupo, a fim de garantir um espaço onde possa viver, produzir e reproduzir-se num ambiente de segurança moral. A partir da mobilização da nostalgia, por meio do seu musicar, é possível formular a hipótese de que o Vaporwave cria uma localidade própria, confeccionada e reproduzida pelos nativos deste grupo específico. O conceito de musicar, cunhado por Small (1998), abrange maiores possibilidades de análise e compreensão no campo da etnomusicologia, considerando a performance como apenas uma de uma miríade dessas formas. A partir de Small, pode-se elucubrar sobre a discussão musical, o download e comércio de músicas ou a mera escuta como formas do musicar. Atualmente, é verificável, em diversas redes sociais, uma série de ''remixes'' do Vaporwave, unindo-o a temas políticos, desenhos ou qualquer coisa que seja. Em maior evidência, existe a apropriação por uma parte de usuários associados à direita e extrema-direita, os quais convergem o som e estética Vaporwave com imagens de líderes ou símbolos de tal ideologia, como Margaret Thatcher, Jair Bolsonaro ou Donald Trump. O objetivo desta pesquisa seria, portanto, analisar e buscar compreender de que maneira a localidade nostálgica opera, e de que forma ela é/pode ser ativada por discursos dos mais diversos tipos.